A maioria de nós deseja um mundo melhor, mas é preciso quem arregace as mangas e faça acontecer. É o caso dos 48 empreendedores que estiveram nesta segunda-feira, 23, na Feira de Negócios do Shell Iniciativa Jovem 2017, finalistas do programa que teve mais de 1200 inscritos este ano.
A atmosfera de empreendedorismo e inovação tomou conta de um dos mais recentes cartões postais do Rio de Janeiro: o Museu do Amanhã. Foi lá que jovens puderam expor a um público diverso as suas iniciativas empresariais, engajadas com o desenvolvimento sustentável e conscientes de seu papel na sociedade.
Um negócio social feito por mulheres costureiras, de origem africana e em situação de vulnerabilidade social, ficou em primeiro lugar. Emanuela Pinheiro, idealizadora do Mulheres do Sul Global, lembra que a fase inicial não foi moleza para ela: “Fazer um plano de negócios é um processo de lucidez: você tem uma ideia, mas e aí?”.
Com o desenvolvimento do projeto durante o programa e o reconhecimento final, Emanuela hoje é só alegria: “Eu trabalhava por um salário e agora trabalho por um propósito. É uma sensação de realização absoluta”.
Mãe e psicóloga infantil, Izabella Cristina viu uma necessidade pessoal se tornar negócio e acabou garantindo o segundo lugar. Com o nascimento da filha prematura, se emprenhou em criar um recurso de aprendizado lúdico, onde ela aprendesse e brincasse ao mesmo tempo: nascia assim o Clube Brincante, um e-commerce de brinquedos educativos e recursos terapêuticos.
Sobre a experiência da Feira de Negócios, Izabella não deixa dúvidas: “Está sendo uma vivência única. Nunca falei do meu negócio para tanta gente na vida e nesse espaço conheci pessoas que podem somar a ele”.
A terceira colocada, Paloma Blanc, quer levar consciência ambiental e alimentação saudável através da Purifica, empresa que desenvolve produtos artesanais livres de ingredientes de origem animal e conservantes.
O negócio existia antes de sua entrada no programa, mas nas palavras da própria Paloma, precisava de amadurecimento. A Purifica já marca presença nas feiras de produtos artesanais e, na Feira de Negócios da Shell Iniciativa Jovem, Paloma ganhou outra perspectiva: “É diferente abrir a cabeça de alguém que nunca viu um leite vegetal. Estamos batalhando para mostrar o que a gente faz para cada vez mais gente, em busca do equilíbrio através do consumo consciente”.
Quem levou o Prêmio POP para casa foi o designer Davi Rezende. Não à toa, sua cadeira oval feita a partir de um orelhão chamava atenção nos corredores do museu pela beleza e criatividade. Sua empresa, que leva o nome do criador, desenvolve mobiliários e objetos de arte e design a partir de materiais descartados. Ganhou, além do prêmio em dinheiro, o coração do público!
Bernardo Amaral entrou com um projeto no programa, acabou trocando no meio do processo e conquistou o Prêmio Inovação com a Plástico Precioso LAB. Criando novos produtos a partir de resíduos plásticos, para reprojetar seu valor e uso, Bernardo acredita no valor da rede: “A parte mais interessante do IJ para mim é a capacidade de proporcionar encontros entre os empreendedores”.
De negócios que valorizam o alimento feito por produtores locais, como a Rocidade, do empreendedor Carlos Rochael, passando pelo Viagens Históricas, de Natácia Dias, que faz um turismo diferenciado na Cidade de Deus e Jacarepaguá, chegando à MAGtech, que inova na área da biotecnologia, uma coisa é certa: são todos vitoriosos.
Afinal, como dizer que não é um vencedor aquele que trabalha para mudar a realidade à sua volta?