O incêndio ocorrido da favela do Moinho, na região oeste de São Paulo, no dia 22 de dezembro de 2011, fez com que muitas famílias fossem transferidas, pela prefeitura, para um abrigo no Centro Educacional e Esportivo Raul Tabajara, localizado próximo à estação de metrô Barra Funda. A convite da prefeitura, os orientadores sócio educativos do ECCA – Espaço de Convivência para Crianças e Adolescentes, compareceram ao local entre os dias 09 de janeiro e 02 de fevereiro de 2012 para realizar uma série de atividades com os abrigados, que incluía crianças, adolescentes e adultos entre 03 e 40 anos de idade.
As atividades propostas pelos orientadores atenderam as crianças entre 03 e 11 anos de idade. “Tivemos como objetivo reduzir os danos emocionais causados pelo incêndio, buscando de forma simples e lúdica transferir um pouco da tranquilidade do lar que lhes faz ausente neste momento” explicaram André Faustino e Rodrigo Cesar.
Foram realizadas pequenas oficinas com as crianças, utilizando blocos montáveis e jogos lúdicos, além de atividades esportivas, estimulando a movimentação corporal e incentivando a concentração e a criatividade.
Além disso, foram realizadas outras atividades com as crianças, pelo orientador Silvio Mendes, fazendo-as aplicar "técnicas" na pintura em papel pardo, que foi previamente desenhado, e foi sendo colorido com a participação ativa dos pequenos. "Ao final, ver o sorriso e o olhar iluminado dos participantes como agradecimento por este curto momento de convivência foi o nosso maior aprendizado", completa Silvio.
Foi muito marcante, no encontro, perceber que as crianças estão sempre prontas para o brincar, mesmo estando em um momento de vida difícil. Elas estabeleceram regras e por alguns momentos puderam viver plenamente a sua infância.
Mesmo com o foco nas crianças, os orientadores foram procurados pelas famílias e para atender a esta demanda propuseram uma roda de conversa onde puderam falar sobre as experiências e expectativas em relação ao passado, presente e futuro.
“Ao entrar em contato com os moradores, notamos o choque decorrente do incêndio. Consequentemente, esses abalos repercutiram nas crianças, aparentemente de forma tranquila, porém, com agravantes subjetivos” concluem André e Rodrigo.