Com direito a gincanas, quadrilha, pescaria e variedade de comidas e doces típicos, os usuários do Centro de Referência a Pessoa com Deficiência (CRPD) e seus familiares, participaram na sexta feira, 12, das festas julinas realizadas nas unidades de Irajá e Santa Cruz, no Rio de Janeiro. Projeto da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPD), o CRPD tem o CIEDS como cogestor, e tem como objetivo tornar autônoma a pessoa com deficiência, tendo como foco a reabilitação e inclusão social.
Com equipes multidisciplinares formadas por fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, pedagogos, intérpretes de libras e oficineiros, o CRPD oferece diferentes formas de tecnologias assistivas, para os 690 usuários matriculados nos polos de Irajá e Santa Cruz, ambos gerenciadas pelos CIEDS.
A cadeirante Mayra Cristina da Silva, de 26 anos, que hoje recebe atendimento do CRPD, estava no 4º período da faculdade de enfermagem quando sofreu, em 2006, uma encefalomielitis diseminada aguda (doença caracterizada por um ataque intenso de inflamação no cérebro e na medula espinhal). “Tive que parar os meus estudos, mas pretendo voltar assim que puder. Aqui no CRPD eles têm me estimulado muito a voltar a estudar e também aprendi a superar meus limites”, concluiu.
Além de oferecer atendimento aos usuários, o CRPD conta com assistentes sociais e pedagogos que fazem um acompanhamento das famílias, através do NIAF (Núcleo Integrado de Atenção às Famílias). O “Núcleo” realiza visitas domiciliares, a fim de acompanhar o contexto social de cada família, buscando uma melhor qualidade de vida das mesmas.
“Os responsáveis também podem se beneficiar com as oficinas ministradas aqui no CRPD. Algumas, voltadas para confecção de artigos caseiros ou do dia a dia, podem servir para complementar a renda mensal de alguns familiares”, destacou Valeria Novello, supervisora técnica do CRPD.
O CRPD, a partir deste ano, começou a atender também aos autistas, que de acordo com um projeto de lei, aprovado no final de 2012, têm os mesmos direitos de pessoas com deficiência, criando assim a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.
Ana Claudia Monteiro, subsecretária da SMPD, elogiou o trabalho de monitoramento e suporte técnico e administrativo do CIEDS no CRPD. “O CIEDS possui uma equipe muito qualificada. É uma instituição bastante organizada, com uma estrutura organizacional que faz a diferença”, disse.
Para a dona de casa Sirlene de Deus, mãe da cadeirante Vitória de Deus, de 8 anos, com o auxílio do CRPD, Vitória melhorou o desempenho na escola. “A Vitória aprendeu a se locomover melhor, ser mais independente e melhorou bastante a relação com os colegas da escola”, comentou Sirlene.
Com seis unidades localizadas nos bairros de Vila Isabel, Campo Grande, Centro, São Conrado, Irajá e Santa Cruz, o CRPD atende pessoas com deficiências auditiva, visual, física e intelectual. O espaço é composto por ambientes amplos que seguem a lei de acessibilidade universal (conforme ABNT NBR 9050), com pisos táteis de alerta e direcional, rampas com corrimãos e banheiros adaptados.