Escolher qual carreira seguir na transição do ensino fundamental para o médio é uma tarefa difícil, de acordo com alguns estudantes da Escola Municipal Rostham Pedro de Farias, em Cavalcante, zona norte do Rio. Baseado nesse contexto, o Bairro Educador promoveu em parceria com a escola, na quarta feira, 10/07, a Feira das Profissões, que reuniu profissionais de diferentes carreiras para explicar como é a rotina de trabalho de cada um.
Além de oficinas de dança e skate, os estudantes receberam a visita de militares, arquitetos, jornalistas e artistas do grupo Afroreggae. Os profissionais reforçaram a importância dos estudos para a garantia de um futuro melhor e aplicaram dinâmicas destacando as dificuldades enfrentadas pelas famílias que ganham como renda mensal um salário mínimo para conseguir manter as despesas diárias.
Os profissionais falaram sobre sua trajetória de vida, antes de iniciarem suas carreiras e desconstruíram o esteriótipo de que estudantes de escolas públicas e moradores de comunidade não têm a perspectiva de cursar o ensino superior.
Reforçando a questão da estabilidade profissional e das regras impostas pelas forças armadas para quem tem o desejo de seguir a carreira militar, o 1º Sargento da Marinha, Marcos Rosa do Nascimento falou sobre a importância da Feira das Profissões na orientação da escolha profissional.
“Este tipo de iniciativa pode ser fundamental, pois amplia os horizontes e perspectivas dos alunos. É muito bom que eles tenham contato direto com os profissionais, onde também podemos contar um pouco da nossa história os estimulando a dar continuidade nos estudos”, concluiu Marcos.
Seguindo os passos do irmão, o estudante Fabiano Nogueira, de 16 anos, afirmou que sonha em ingressar na carreira militar. “Hoje tive a oportunidade de conhecer a rotina da profissão que quero seguir. Vou estudar bastante para entrar para a Marinha”, disse.
Proposta pelos professores, a oficina de skate, realizada na quadra da escola, teve como monitores os próprios estudantes, que ensinaram para os colegas de turma as técnicas de como se equilibar em algumas manobras. A estudante Vitória Chempe, skatista de longboard há seis anos, diz que o esporte para ela é um hobby e, como é difícil conseguir um patrocínio na área, pretende estudar para futuramente se formar em arquitetura.
“Através da Feira das Profissões eu pude mostrar o que sei para os meus colegas. Eu queria muito seguir a profissão de skatista, participar de vários torneios, como já participei, mas a gente que está de perto vê que não é bem assim. Devemos ter uma segunda opção e quero me formar em arquitetura, pois gosto muito de cálculos e geometria”, ressaltou Vitória.
Completando 13 anos na direção da unidade escolar, Gerson Costa elogiou o trabalho do Bairro Educador que desenvolve atividades pedagógicas há dois anos com os estudantes. “A parceria com o BE é positiva, pois agrega outras experiências ao cotidiano escolar”.