O terceiro setor atualmente é considerado como uma das maiores fontes de transformação do país, visto que por meio dele ocorre a promoção do desenvolvimento social brasileiro. Por meio de parcerias com governos, empresas e outras organizações, as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) implementam ações que impactam a sociedade, gerando renda e tornando a sociedade mais justa e democrática.
A partir do período de redemocratização do país, é perceptível o aumento e o amadurecimento da atuação das OSCs, que ocuparam papel fundamental na gestão e execução de iniciativas que beneficiam os territórios e fortalecem o tecido social brasileiro.
De acordo com dados do Mapa das OSCs, o terceiro setor brasileiro é composto, atualmente, por mais de 815 mil organizações sociais registradas em diversas áreas: defesa de direitos humanos, saúde, educação, etc. Essa atuação do terceiro setor, em 2022, gerou um aumento de 4,27% ao PIB brasileiro (em torno de R$ 220 bilhões), segundo recente relatório divulgado pelo “Movimento por uma Cultura de Doação”, em parceria com a Sitawi e a FIPE.
O CIEDS, ao longo de sua jornada de 25 anos, acompanhou o crescimento do setor e não só cresceu de tamanho (em abril de 2023 são, em média, 1.900 funcionários), mas trouxe inovação neste processo. Tendo em vista a preocupação da organização na construção de redes para a prosperidade, o CIEDS sempre olhou para outras organizações e iniciativas parceiras, especialmente as menores, de forma a valorizar os saberes dos territórios e apoiar o crescimento estruturado de outras OSCs.
Com a pandemia de Covid-19, este processo de crescimento e de apoio das Organizações da Sociedade Civil ficou ainda mais evidente e necessário. Foram essas organizações que estiveram prontas para o atendimento às comunidades por todo o país, tanto em atuação direta, como por meio de parcerias com o Estado ou com entidades privadas. Dentre as iniciativas do CIEDS, no período, destacamos o projeto Pessoas e Negócios Saudáveis, que teve como objetivo promover segurança alimentar em comunidades periféricas do Rio de Janeiro do Ceará no período pandêmico.
Dentre os impactos da pandemia, vislumbramos a transformação digital, que segue sendo uma tendência global até hoje e pelos próximos anos. A 33ª edição da Pesquisa Anual sobre o Mercado Brasileiro de TI e Uso nas Empresas (FGVCia, 2022) apontou que a antecipação do processo de transformação digital ocasionada pela pandemia foi o equivalente ao esperado para o período de um a quatro anos.
No bojo da transformação digital como um novo negócio para as Organizações da Sociedade Civil, a tendência por inovação ganha força, provocando uma releitura de processos e uma nova forma de implementação dos projetos e programas. No CIEDS, foram adotadas melhorias em processos usualmente realizados e soluções habitualmente oferecidas, fornecendo respostas criativas (não necessariamente atreladas à tecnologia) a problemas complexos.
Esta ação faz o CIEDS ser uma organização promotora e defensora da inovação social. A literatura possui muitas definições para o termo, e aqui indicamos uma que possui sinergia com o propósito do CIEDS: contribuir para o bem-estar das pessoas e das comunidades, gerando maior confiança no futuro.
"Uma nova solução para um problema social que é mais eficaz, eficiente, sustentável ou justa que as soluções existentes e cujo valor criado se destina principalmente à sociedade como um todo, e não aos indivíduos. Uma inovação social pode ser um produto, um processo de produção ou tecnologia (muito parecido com a inovação em geral), mas também pode ser um princípio, uma ideia, uma legislação, um movimento social, uma intervenção ou alguma combinação desses itens" (Phills et al., "Redescobrindo a Inovação Social", 2008).
Um exemplo prático de inovação social na história do CIEDS, atrelado ao seu crescimento preocupado com outras organizações foi a criação da Compartir: plataforma que conecta e fortalece organizações sociais de base comunitária, em uma rede diversa e colaborativa, na busca de soluções inovadoras para problemas sociais complexos.
Visando “compartir” soluções, metodologias e aprendizados realizados nos últimos 25 anos com governos, empresas e outras organizações, o CIEDS implementa seus programas e projetos em quatro áreas programáticas - educação, engajamento comunitário, inclusão social e empreendedorismo - elaborando produtos sociais para diferentes realidades e públicos.
Para além deste olhar estratégico, o CIEDS continua vislumbrando o futuro, articulando novas oportunidades de negócios com a temática da inovação social. Com esta preocupação, ao final de 2022, a organização criou a Gerência de Inovação Social, que possui como visão ampliar o impacto do CIEDS por meio do uso de tecnologias digitais e inovações sociais nos ecossistemas, programas, projetos e na cultura organizacional.
Assim, para 2023, a visão de inovação de novos negócios do CIEDS possui como principais direcionadores:
- Articulação e parcerias, com foco na sustentabilidade da organização;
- Transformação digital, por meio de plataformas autorais;
- Fortalecimento da cultura de inovação no CIEDS, apoiando estrategicamente as áreas e projetos.
Tais direcionadores se fazem necessários diante do cenário global atual, com inovação e tecnologia. O 3º Relatório de Impacto Social da DIO traz como uma tendência para 2023 a exponencial ascensão das oportunidades globais em tecnologia, e o compromisso que empresas e organizações de alinharem a pauta com o ESG.
De acordo com o relatório, as iniciativas ESG são fundamentais para a Agenda 2030 e o atingimento de seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODSs) lançados pela ONU em 2015. Portanto, organizações como o CIEDS, que possuem o compromisso de seguir esta tendência global inovadora e tecnológica, alinhada ao ESG, contribuem para o Acordo Global de um mundo mais sustentável com melhor qualidade de vida para as pessoas: a Agenda 2030.