É crescente a demanda social, e mais recentemente do mercado financeiro, para que as empresas se comprometam com melhores práticas em atenção às questões ambientais, sociais e de governança – ESG. Essa demanda vem em função de alerta aos diferentes riscos e oportunidades que podem afetar diretamente o desempenho de uma organização.
No entanto, apenas criar uma agenda com práticas relacionadas aos fatores ESG não é suficiente, pois é necessário dialogar com as necessidades dos múltiplos stakeholders e com indicadores de organismos internacionais, mercado financeiro, políticas públicas, entre outros. A gLocal Week 2021 se destinou a compreender as práticas e conhecimentos de avaliação e a atividade desenvolvida durante o nosso encontro pretendeu e articulou a Agenda ESG com a Agenda 2030 (ODS), na perspectiva da integração da Responsabilidade Social e do Voluntariado Empresarial Corporativo ao negócio.
O encontro foi mediado por Carolina Müller, responsável pelo núcleo de Planejamento, Gestão e Governança do Centro Integrado de Estudos e Programas para o Desenvolvimento Sustentável – CIEDS e coordenadora do Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial – CBVE, e contou com um diálogo enriquecedor formado por Taiana Jung, sócia fundadora da Logos Consultoria que nos brindou com a conceituação de ESG e como os indicadores, com especificidade dos ODS reforçam esta proposição; Gustavo Narciso, porta voz do CBVE e gerente executivo do Instituto C&A, que apresentou a visão do Conselho Brasileiro das maiores empresas brasileiras em temas de voluntariado corporativo empresarial; Vandré Brilhante, Fundador e Diretor-Presidente do CIEDS, trouxe a visão de um gestor social sobre o ESG e os ODS e a implementação desta estrutura em sua própria organização e fortalecimento do seu #propósito; e Claudia Jeunon, Diretora de Operações da BVRio, que completou o quadro com a visão e experiência de uma organização de Compliance que nasce desta expressão do ESG, trazendo o viés ambiental para este diálogo.
Não é novo também a falta de letramento socioambiental das lideranças brasileiras, das grandes companhias. Eu vim de uma trajetória de diversidade e inclusão, tive a oportunidade de conhecer vários grupos de afinidade e vários gestores neste tema nas empresas e era muito difícil, era um dos desafios em comum, inclusive, mostrar o valor de se investir em diversidade e inclusão sobretudo pensando nas óticas que envolveriam até os ODS.
O CBVE apoiou o desenvolvimento deste encontro entendendo a importância de estarmos conectados em ambas as temáticas que em suma traduzem o desafio de construirmos programas e ações de voluntariado corporativo com indicadores íntegros e que traduzam o aporte estratégico da força voluntária ao negócio de cada corporação, da sociedade em que vivemos e da comunidade onde estamos inseridos.
Seguir desenvolvendo a Agenda 2030, com o olhar puxado por indicadores conectados aos ODS nos une num esforço real de transformação social e de busca pela prosperidade e de construção de #redes.
ESG não é um ato novo, já fazemos isso há muito tempo e alguns datam de mais de 30 anos de práticas alinhadas à propostas ambientais, sociais e de governança. No início do ano também realizamos, em conjunto com o GEVE – Grupo de Estudos de Voluntariado Empresarial, o encontro “Programa de Voluntariado Empresarial e seu diálogo com ESG”, buscando entender, observar e #compartilhar diferentes pontos de vista e como esta agenda se relaciona com o Voluntariado. Neste momento estivemos representados, CBVE, por Andreia Rabetim, Diretora de Sustentabilidade da Vale, associada ao Conselho e que apresentou o programa de voluntariado da Vale, de todas as suas articulações em rede, compromissos com a Agenda 2030, seus indicadores e afirmando que “como #rede a gente pode muito mais frente aos desafios que estão colocados pelo contexto atual”
Vale também destacar a fala de Patrícia Lobaccaro. “Voluntariado mudou a minha trajetória de vida e moldou a minha carreira profissional” E falando sobre voluntariado e a intersecção com ESG, ela destacou o quanto essa agenda, que chegou com muita força no Brasil em 2020, veio para ficar. As empresas começaram a compreender que as dimensões sociais e ambientais necessitam estar conectadas ao modelo de negócio e uma forte razão para isso é o impacto da geração millenium que vem moldar os ambientes corporativos, tanto como consumidores – esta geração pesquisa antes de comprar e consumir de empresas social e ambientalmente responsáveis – 75% desta geração se baseia neste perfil de empresas responsáveis quanto da decisão de compra; ou como colaboradores – ¾ dos millennials querem trabalhar em empresas que tem um propósito claro; ¾ desta geração consideraram mudar de emprego, ainda que ganhando menos, para ir para uma empresa com propósitos melhores definidos.
Este texto foi originalmente escrito por Carolina Müller, Assessora Executiva e Gestora de Projetos do CIEDS. Ela atua como Coordenadora do Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial, à frente da Secretaria Executiva. Atualmente, o CBVE está com edital aberto para o Prêmio Aplaude, uma iniciativa que valoriza as melhores iniciativas de voluntariado empresarial do país. Quer saber mais ou inscrever a sua empresa? Clique aqui.