O CBVE (Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial), cuja secretaria executiva é realizada pelo CIEDS, lançou um novo livro, que levanta a temática do voluntariado corporativo de causa, com foco na promoção da inclusão das pessoas com deficiência.
O texto traz um case que mostra como a ação voluntária pode ser uma ferramenta estratégica para mudar o capacitismo presente no mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que atende às melhores práticas internacionais de gestão, especialmente as pela Agenda 2030 e pelos princípios ESG (Environmental, Social and Governance, em português, Meio Ambiente, Social e Governança).
Seguindo uma nova linha editorial, que privilegia a multiplicidade de olhares e escritas sobre os temas retratados no âmbito do CBVE, para esta edição, foram convidadas Nubia da Silva Elias, coordenadora de Diversidade e Inclusão da Telefônica Brasil, e Bianca Beltrami, gestora de projetos da ASID (Ação Social para Igualdade das Diferenças), para organizar e assinar a publicação, ao lado do conselho.
"Debater os direitos das pessoas com deficiência é imprescindível para a construção de uma sociedade equitativa, próspera e mais colaborativa", afirmou Vandré Brilhante, diretor presidente do CIEDS, ressaltando a importância da publicação como referência para trabalhos de voluntariado no contexto empresarial.
O artigo começa com um panorama geral sobre a temática, para contextualizar os leitores na compreensão da pauta da inclusão da pessoa com deficiência, nas suas especificidades no contexto da pandemia, na atualidade e relevância da temática para o voluntariado corporativo, para o mercado, para o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e dos princípios ESG, com o posicionamento do CBVE em relação à questão da inclusão e diversidade pelo recorte da deficiência.
Segundo o IBGE, em 2017, as pessoas com deficiência representavam 6,7% da população brasileira. Elas são tidas pela Organização Mundial de Saúde como as mais vulneráveis e expostas aos maiores riscos no mundo, no que tange a pandemia de Covid-19. A relatora da ONU para o assunto, Catalina Devandas, tem chamado a atenção de governantes sobre a maior responsabilidade com essa população, em razão da discriminação estrutural. Elas estão entre as mais estigmatizadas, mais pobres e menos escolarizadas entre todos os cidadãos mundiais, e também os mais afetados em termos de mortalidade (ONU, 2020).
Em contrapartida, pouco menos de 1% dos trabalhadores no mercado formal têm algum tipo de deficiência. Isso evidencia a relevância do tema, em especial no contexto da inclusão produtiva no mercado de trabalho, tema do artigo do CBVE.
Na sequência, o texto traz Nubia da Silva Elias com a visão do negócio aplicada ao programa de voluntariado desenvolvido pela Fundação Telefônica Vivo, que alia o desafio corporativo da diversidade a iniciativas voluntárias que criam pontes e alargam caminhos em direção à conquista protagônica de direitos.
"Por que as empresas têm tanta dificuldade em contratar esses talentos que precisam apenas de uma oportunidade? Nesse momento, o voluntariado é um instrumento de inclusão poderoso. Além de tratar as necessidades primárias dessas pessoas, as aproxima de oportunidades para o desenvolvimento de habilidades e inserção no mercado de trabalho", escreve Nubia, em um trecho do artigo.
A ASID, junto à Fundação Telefônica Vivo, desenvolveu programas de voluntariado corporativo como ferramenta e solução para estas necessidades. Um deles, em 2018, chamado Projeto #TICParaTodos, teve como objetivo desenvolver pessoas com deficiência intelectual, por meio de conteúdos de cultura digital, para garantir empregabilidade por meio do voluntariado corporativo.
Bianca Beltrami apresenta no artigo, de forma objetiva e concisa, os resultados e ganhos compartilhados pelos atores envolvidos com o voluntariado inclusivo, mostrando com evidências e indicadores como é importante a garantia de direitos.
"O #TICParaTodos cumpriu seu papel como projeto de voluntariado corporativo, engajando colaboradores e gerando impacto social. Mas, mais do que isso, foi uma oportunidade de aproximação entre pessoas de diversas realidades, características e promoção de espaços de interação e fomento da diversidade", escreve Bianca.
CIEDS está à frente da Secretaria Executiva
Com foco na construção de redes para a prosperidade, o CIEDS é parceiro técnico da Rede CBVE, sendo responsável pela coordenação da Secretaria Executiva do Conselho.
"Quanto mais eu apoio um conselho, quanto mais eu fortaleço ele, mais faço com que essa temática cresça e que políticas públicas possam acontecer com maior assertividade. O DNA do CIEDS é o atuar em rede. É para mim, mas é para todo mundo! Assim, ganhamos muito mais. É muito bom ver isso, o entendimento do que é rede, também no CBVE”, diz Carolina Müller, responsável do CIEDS pela gestão do CBVE.