Em 30 de outubro, o coordenador Américo Sampaio e as facilitadoras Célia Tolentino e Marta Vieira, do Mulher Atuação, estiveram no workshop sobre empreendedorismo feminino, organizado pelo Movimento Mulher 360. Além de apresentarem o projeto, Célia e Marta falaram sobre os resultados alcançados, os principais desafios e conquistas até o momento. As facilitadoras ressaltaram a Consulta Participativa realizada no início deste ano, que entrevistou 1253 mulheres em Mogi das Cruzes e Suzano, municípios de abrangência do projeto.
O evento reuniu representantes de empresas parceiras do Movimento Mulher 360 – Movimento Empresarial pelo Desenvolvimento Econômico da Mulher, cujo objetivo é articular e mobilizar o setor produtivo para ações coordenadas e de grande impacto que contribuam com a transformação verdadeira na vida de milhares de brasileiras, dentro e fora das empresas. Dentre as parceiras do Movimento, está a Kimberly-Clark – patrocinadora do Mulher Atuação, que, no workshop, foi representada por Jefferson Correia, da área de Assuntos Corporativos.
A participação das facilitadoras mereceu destaque em matéria publicada no site do Movimento Mulher 360. Veja a seguir:
Movimento Mulher 360 promove workshop sobre empreendedorismo feminino
Algumas mulheres se destacam não só pelo seu trabalho, mas pela disposição e comprometimento com que passam adiante o aprendizado adquirido – seja com seu negócio ou em projetos sociais. Esses ensinamentos e troca de experiências foram compartilhados em outubro, em workshop realizado em São Paulo. Membros da Associação de Empreendedores da Vila Zumbi (Paraná) e facilitadoras do projeto Mulher Atuação deram uma verdadeira aula sobre empreendedorismo feminino para representantes de empresas parceiras do Movimento Mulher 360.
O evento começou com o depoimento de Diva Paganardi, da Associação de Empreendedores da Vila Zumbi, que deixou de fazer artesanato em casa para integrar um grupo produtor com uma linha definida de artigos de decoração. O trabalho teve início em 2008, quando Diva teve o esforço individual reconhecido e foi convidada a dar aulas de artesanato, corte e costura. A partir de então, surgiu uma parceria com o Instituto Walmart e a Aliança Empreendedora, que forneceram curso de capacitação de gestão de negócios.
O que era lixo se tornou matéria-prima para Diva. Com o apoio da empresa de estofados Ranconi, que doa os retalhos de tecido, ela aprendeu a confeccionar bolsas, tapetes, almofadas, revisteiros, entre outros artigos de decoração. A primeira grande encomenda foi de três mil anjinhos. E o negócio deslanchou. Hoje, são 23 mulheres no grupo, que têm seus produtos comercializados em feiras de artesanato, lojas físicas e lojas virtuais – com venda, inclusive, no Walmart. “Antes a gente procurava os clientes para comprar. Hoje, eles nos procuram. Se não tivéssemos as parcerias, não conseguiríamos avançar”, declara Diva.
Além do dinheiro garantido no final do mês, de aproximadamente um salário mínimo, as mulheres que participam do grupo têm a autoestima elevada. “Hoje, elas conseguem realizar sonhos, como fazer uma viagem pequena ou comprar presentes de Natal para os filhos”, completou a empreendedora. As artesãs trabalham em suas residências, e, ao mesmo tempo em que produzem, também cuidam dos filhos. O repasse é de 100% do valor dos produtos, ainda segundo Diva. E elas se reúnem uma vez por semana para debater inovações. “Visitamos lojas e buscamos novas tendências até nas novelas”, relata Diva.
Mulher Atuação – O desenvolvimento econômico aliado à garantia dos direitos das mulheres é o objetivo do Mulher Atuação, desenvolvido pela Kimberly -Clark em parceria com CIEDS Sociocultural e o Instituto Paulo Montenegro. As facilitadoras Marta Vieira e Célia Tolentino participaram do workshop do Movimento Mulher 360 e falaram sobre o andamento do trabalho. Hoje, o projeto conta com a participação de 150 mulheres, a maioria donas de casa. E até 2015, quer melhorar os indicadores locais de sete bairros – três de Mogi das Cruzes e quatro de Suzano, em São Paulo.
O Mulher Atuação formou e capacitou as mulheres para que elas sejam protagonistas das próprias mudanças. “Com um ano e seis meses, conseguimos transformar a vida de muitas participantes do projeto. Mostramos que elas têm direitos, têm condições de trabalhar e precisam garantir sua autonomia financeira”, reforça Célia. Também houve avanços com a consulta participativa, que determinou as prioridades de cada região. A falta de creche, por exemplo, é a maior queixa das mulheres.
A fotografia de cada um dos bairros permite que a solução de cada problema seja construída com as mulheres. “Além de trabalhar a autonomia, inclusão e empoderamento, trabalhamos também a autoestima e valorização da mulher”, destaca Marta. E com as ações desenhadas, o Mulher Atuação segue com a tarefa de articular e mobilizar parceiros, executar as ações, avaliá-las e produzir outros indicadores.
Ações do Movimento Mulher 360 – Ainda durante o workshop, os representantes das empresas do Movimento Mulher 360 foram convidados à reflexão sob a tutela do consultor Reinaldo Bulgarelli, da Txai Consultoria e Educação. “O que podemos fazer para acelerar a inclusão socioeconômica das mulheres?” e “Como trazer a pauta de investimento social privado para dentro das empresas?” foram questões levantadas no encontro. Um dos caminhos sugeridos é garantir o envolvimento dos líderes das empresas, assim como incentivar iniciativas voltadas ao público feminino que estejam relacionadas à realidade do negócio. Os representantes das empresas signatárias têm promovido encontros e assembleias bimestrais para a troca de experiências e divulgação de boas práticas.
Fonte e Foto: Movimento Mulher 360