Coordenada pelo UNICEF, a Plataforma dos Centros Urbanos é uma iniciativa que contribui para que crianças e adolescentes de grandes metrópoles, como a capital paulista, tenham garantidos acesso à saúde, educação, cultura, lazer e esporte, além de estarem sempre protegidos contra qualquer tipo de violência. O projeto vem de uma experiência do Fundo das Nações Unidas para a Infância com comunidades do semi-árido nordestino.
No ano passado, a UNICEF visitou comunidades populares das periferias de São Paulo, Itaquaquecetuba e Rio de Janeiro, ouvindo relatos e observando as principais questões dessas localidades. Deste trabalho surgiu a proposta de realizar o Projeto também nas metrópoles. Foram estipuladas 30 metas a serem cumpridas até 2011. Dentre elas estão reduzir homicídios entre adolescentes negros, aumentar vagas em creches, ampliar a cobertura pré-natal, reduzir o número de gestantes adolescentes e reduzir número de adolescentes em conflito com a lei. A Plataforma oferece apoio técnico e oportunidades de formação.
A coordenadora do projeto, Maria Júlia Azevedo, diz que a metodologia induz à mobilização comunitária. “A própria Plataforma faz com que as comunidades vejam e definam o tamanho dos desafios e quais querem enfrentar, encontrando alternativas e soluções para eles”. Serão formados Grupos Articuladores responsáveis por organizar as atividades da Plataforma nas suas comunidades. Os GAs, como são chamados, serão compostos por lideranças comunitárias, representantes de equipamentos sociais (ONGs, creches, escolas, entre outros) e adolescentes representantes dos diversos movimentos (sociais, culturais, esportivos e outros).
Também será formado um Comitê Municipal, com representação dos GAs, de adolescentes, representantes do poder publico e da sociedade civil irão discutir e avaliar como os desafios vivenciados estão sendo enfrentados em cada comunidade para que possam potencializar as soluções e minimizar as dificuldades. O projeto também mobiliza os governos. Os prefeitos das cidades atendidas assinaram um termo de compromisso de não medir esforços para cumprir as metas da Plataforma. Maria Júlia Azevedo acredita que o ingresso do CIEDS na Plataforma marca a efetivação do compromisso da organização em expandir sua atuação para comunidades populares na capital paulista e cidades vizinhas. “O trabalho do CIEDS consiste em fomentar o desenvolvimento sustentável, criando oportunidades. Em São Paulo, essa tarefa começou com o ProJovem e se estendeu com outras tantas iniciativas, como os Escritórios de Inclusão Social no centro da cidade. A nossa participação na Plataforma consolida a missão da instituição de promover o desenvolvimento social e econômico, a valorização do individuo e a ampliação da capacidade de organização social de grupos”, comenta.