Estamos em Pacajus. Ceará. Brasil. Município de 76 mil habitantes, na microrregião do Vale do Caju, onde o CIEDS desenvolve, há mais de dez anos, o Centro Cultural Maloca do Brilhante – CCMB – espaço que existe com a intenção de resgatar e preservar a memória da cidade e oferecer para a população oportunidades de aprendizagem, por meio de atividades culturais, esportivas e de formação profissional.
E é exatamente aí, nesse lugar de arte e cultura, que a história do CIEDS se encontra com a de Felipe. Nascido e criado em Pacajus, Felipe se tornou voluntário de fotografia do CCMB, este tipo de acontecimentos capazes de mudar o curso de uma história.
É claro que ninguém sabe o que teria sido sem esse encontro, mas Felipe garante: “Foi uma das grandes coisas que me aconteceu, foi um sopro de coisa boa em meio a um monte de coisa que eu não gostava”.
Felipe é filho e neto de feirantes.Com orgulho, conta sobre suas raízes e o trabalho de toda a família. A infância e a adolescência foram na escola pela manhã e à tarde trabalhando na feira municipal. Com a chegada das grandes redes varejistas, lojas e mercados em Pacajus, a feira foi perdendo prestígio na cidade e o sustento da família também sofreu transformações.
Felipe desde a infância teve um pouco de artista: passou pelo teatro, pela música, mas foi mesmo na fotografia que ele se encontrou. No momento de dificuldades financeiras, foi com ela que Felipe buscou se reiventar. Nesta época já tinha ingressado na faculdade de design. gráfico, se apaixonado pela fotografia e foi a hora de tornar isso seu ganha-pão. Abriu uma empresa com um amigo e começou a trabalhar. Fotografavam eventos sociais, festas, casamentos, formaturas. Mas, aquilo não era exatamente o que o fazia vibrar. Problemas vieram e eles tiveram que fechar. “A partir daí, passei um ano muito difícil, em casa, desmotivado, sem realizar nenhum trabalho, numa espécie de luto por ter precisado fechar minha empresa”.
Felipe já tinha realizado um trabalho para o CCMB e nessa vontade de voltar a fazer algo que o motivasse, resolveu arriscar. “Eu liguei mesmo e perguntei: ‘vocês estão precisando de alguma coisa?’ Eles falaram da oportunidade de voluntariado em fotografia e eu fui. Naquela época ruim eu tinha sentido que a fotografia tinha morrido pra mim e com a Maloca eu tive a oportunidade de fazer renascer isso dentro de mim e de devolver pro mundo, pras pessoas, pro universo o que eu tenho de melhor. No CCMB eu faço a fotografia que eu acredito, conto a história das pessoas e gero conscientização. Esse trabalho dá sentido à minha vida”.
O Voluntariado para o CIEDS
O encontro de Felipe com a Maloca dos Brilhante revela a importância do voluntariado para o CIEDS como uma relação de troca de todas as partes: voluntários, beneficiários e organização. Para o CIEDS, pessoas são muito importantes e poder aprender e trocar com pessoas das mais variadas regiões que possam fortalecer nossas ações é uma grande riqueza. A fala de Felipe nos faz acreditar que estamos no caminho certo “Eu ajudo o CCMB e eles também me ajudam, porque pra mim tem feito muito bem, para minha autoestima, para minha saúde mental. Saber que eu estou fazendo algo para a Maloca é saber que estou fazendo o bem para as pessoas da minha cidade. O que eu estou fazendo é pouco, mas ajuda muito”.
Para conhecer o Programa de Voluntariado do CIEDS: https://www.cieds.org.br/voluntario/programa
Um projeto de vida: seu Zé das Fotos
A feira vive em sua vida, suas raízes e sua história. E é com o projeto pessoal de fotografia Seu Zé e Dona Maria que Felipe usa a fotografia para contar as histórias das mulheres e homens que trabalham na feira. Com o projeto, ele dá voz e foco a essas pessoas, mostrando a humanidade por trás das barracas da Feira de Pacajus.
Para conhecer o trabalho de Felipe, vá lá: @seuzedasfotos