Um dos grandes desafios no Brasil hoje é: como manter a juventude atuante, inserida no mercado de trabalho com qualidade e atualizada em relação às novas profissões? O país ainda segue um modelo americano mais tradicional, em que o diploma universitário parece dignificar o profissional – e os jovens que não têm confiança no futuro dificilmente conseguem se enxergar nessa realidade. Ao mesmo tempo, há países, que inclusive estão economicamente à frente de nós, que apostam no ensino profissionalizante como caminho para um trabalho digno, justo e que consegue ser mais atualizado, comparado com cursos universitários.
Um dos exemplos disso é a Alemanha, onde o ensino profissionalizante é um dos mais bem estruturados do mundo. De acordo com informações do Destatis (Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha), divulgadas na Revista Educação, 54% da força de trabalho de todo o país vem do chamado sistema dual, em que, além do Estado, as empresas também têm um papel fundamental. A profissão está no centro do sistema educacional.
No Coletivo Aprendiz, que faz parte do CIEDS, fazemos um trabalho de iniciação no mercado de trabalho, orientado para que os jovens sigam carreiras mais realistas com as condições do mercado de trabalho. Por meio de programas de Estágio e de Jovem Aprendiz, trabalhamos para o desenvolvimento pessoal e profissional e o primeiro ingresso no mundo do trabalho, além de promover confiança no futuro e inclusão social. Ao mesmo tempo, contribuímos com a inserção de novos talentos nas empresas e para a criação de ambientes de trabalho mais diversos, rico em pluralidade de ideias.
Apresentamos os desafios das novas profissões e os caminhos para o jovem ter uma vida profissional justa e orientada ao mercado, ao mesmo tempo que trabalhamos conduta, ética e participação cívica. Afinal, não adianta somente pensarmos na formação profissional, sem trazermos essa visão de mundo para o jovem, para que ele se entenda como parte da sociedade.
Celebramos 8 anos de criação do programa de aprendizagem do CIEDS, sendo 4 anos como "Coletivo Aprendiz", agora em maio. E o que a gente observa, após esse período? Que infelizmente ainda há uma grande parcela de jovens que sequer chega no programa de aprendizagem.
Em 2023, 19,8% dos jovens de 15 a 29 anos não estudava, nem trabalhava, de acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua. Em números absolutos, são 9,6 milhões de pessoas nessa situação.
Precisamos cada vez mais trabalhar com um programa de aprendizagem rápido e atualizado, que estimule o jovem, especialmente o da escola pública, e, ao mesmo tempo, faça as indústrias olharem para o potencial desse novo profissional.
Estamos nos apropriando de fato da palavra "coletivo" no Coletivo Aprendiz.
Somos cada vez mais uma grande plataforma coletiva de jovens, que buscam oportunidade no mercado de trabalho e uma melhor formação. Ao mesmo tempo, temos uma relação boa com as empresas, oferecemos cursos de capacitação para as equipes receberem melhor essa juventude e entendemos o potencial da diversidade. Os parceiros que trabalham conosco costumam entender o programa como mais do que apenas o cumprimento da Lei de Aprendizagem, e sim como uma ação de responsabilidade social, que gera impacto social coletivo.
A empresa ganha na diversidade, com jovens que vestem a camisa e que estão estimulados por ganharem uma primeira oportunidade. A família ganha, pois tem melhorias na renda e vê o jovem com uma carreira profissional digna. O jovem ganha, porque muda sua própria vida. E por fim, ganha ainda a sociedade como um todo, com jovens menos ociosos, que geram renda e pagam imposto para o país.
Ou seja, o impacto do Coletivo Aprendiz é realmente coletivo.