O projeto Pessoas e Negócios Saudáveis, uma iniciativa do CIEDS em parceria com o Instituto Unibanco, o Instituto Neoenergia, Shell e o Instituto C&A, chegou à marca de 80 mil refeições distribuídas na última semana. A ação é fundamental para garantir a segurança alimentar de populações em alta vulnerabilidade nos estados do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Ceará, além de incentivar micro e pequenos empreendedores de territórios periféricos que tiveram seus negócios afetados pela pandemia provocada pelo novo coronavírus.
“Foi um apoio emergencial super importante. A rapidez com que o projeto foi viabilizado foi fantástica. Selecionamos famílias mais vulneráveis e passamos, então, a entregar alimentos para elas. Em 15 dias, nós já estávamos entregando alimentos aos moradores da região, justamente no momento mais fechado de São Paulo, quando as restrições de circulação estavam mais intensas”, conta Benigna Alves Siqueira, coordenadora pedagógica da ONG Pró-Morato, de Francisco Morato, município da Região Metropolitana de São Paulo.
“Esse projeto para mim foi uma maravilha, em todos os âmbitos, tanto no intuito de ajudar as pessoas, quanto para mim, enquanto empreendedora. Essa pandemia foi uma rasteira que passou na gente, que estava a todo vapor e fechou tudo. Com o projeto, tomei outro fôlego como empreendedora, não fiquei parada, me ajudou bastante. Sinto que estou de alma nova. Contratei funcionários e estou na linha de frente”, conta Mema Brilhante, que diariamente faz refeições para famílias em Pacajus, no Ceará.
“A comida aproxima muito”, completa Benigna, ao contar que foi por meio do projeto que a organização social conseguiu se relacionar melhor com os beneficiários e identificar outras necessidades e demandas das famílias, inclusive da população de rua do território, para ampliar seus projetos durante o período da pandemia.
“Nossa população em Francisco Morato depende muito de benefícios, pois é bastante vulnerável. Temos indicadores bem complexos na cidade. As famílias são muito numerosas, às vezes com oito pessoas, mas com em média de R$ 180 a R$ 300 de renda familiar. A maioria faz bicos. São ambulantes, vendem nos trens, nas ruas, em faróis. Dependem muito dessa informalidade. Com a questão da pandemia, passaram a ter muita necessidade. Quando conversamos com o CIEDS, ficamos muito felizes com a parceria, que aconteceu quase de forma imediata”, completou a coordenadora pedagógica.
Maria das Graças, da Associação Filantrópica Educacional Nossa Senhora das Graças, em Pacajus, no Ceará, reforça que o projeto Pessoas e Negócios Saudáveis está sendo uma boa oportunidade também para os empreendedores locais, que estavam parados e, agora, também estão sendo beneficiados. “Eles estão trabalhando com muita qualidade. É uma quentinha que a pessoa fica com a barriga cheia e ainda sobra. É bem gordinha. [Risos] Sou muito brincalhona, mas reconheço que há uma fartura nas refeições que são oferecidas diariamente”, brinca Maria das Graças.
O estabelecimento que produz as refeições em Francisco Morato estava fechado em função da pandemia. Os funcionários não estavam trabalhando. Com o projeto, o local conseguiu manter uma equipe e retomou as atividades, passando a entregar também refeições pagas. “Eles fazem as marmitas com qualidade e alegria. As entregas do projeto são como as outras, para garantir a dignidade e o respeito”, conta Benigna.
Na última sexta (31), aconteceu o encerramento dos núcleos de Vila Kennedy, no Rio de Janeiro, e de Pacajus, no Ceará, ambos uma iniciativa do CIEDS com apoio do Instituto Unibanco. Apenas nestes dois territórios, foram 54 mil refeições distribuídas pelo Pessoas e Negócios Saudáveis aos moradores. O projeto segue firme pelo menos até novembro na Favela da Maré, Morro da Providência, Coqueiro e São Gonçalo, no RJ; e Francisco Morato, Franco da Rocha e Caieiras, em SP, com apoio do Instituto C&A, Shell e Instituto Neoenergia.