Monique Lemos, recepcionista do CIEDS no escritório da Rua da Quitanda, centro do Rio de Janeiro, conta seus sonhos para o futuro e como cresceu pessoal e profissionalmente trabalhando na instituição.
Como conheceu o CIEDS?
Em 2012 eu trabalhava como auxiliar de limpeza no CRPD (Centro de Referência da Pessoa com Deficiência), de Santa Cruz, gerenciado pelo CIEDS e desenvolvido em conjunto com a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, quando fui convidada a cobrir as férias da auxiliar de limpeza do escritório do CIEDS na Rua Conselheiro Saraiva, no centro do Rio. Ela retornou e eu fui contratada para trabalhar no escritório da Rua da Quitanda.
Antes do CIEDS, onde você trabalhava?
Trabalho desde meus 14 ou 15 anos, nem cheguei a completar o ensino fundamental. Minha família passou por um momento complicado e eu precisei começar a trabalhar para ajudar nas despesas de casa. Quando você começa a ganhar seu próprio dinheiro não tem vontade de parar tudo e voltar a estudar. Fui caixa de padaria, manicure e vendi iogurte para os vizinhos. Tive a sorte de conhecer o CIEDS e de perceber que a prosperidade que tanto falamos podia acontecer na minha vida também.
Hoje você é recepcionista, e não mais auxiliar de limpeza. Como foi esta mudança?
Abriu uma vaga na recepção do escritório na Rua da Quitanda e me convidaram para o cargo. Eu não esperava, pois só estava há dois anos na Instituição, mas o CIEDS enxergou um potencial em mim. Acredito que perceberam meu interesse também, pois, por aproximadamente dois meses, eu tirei as horas de almoço para estudar excell e word com o apoio de uma amiga do trabalho.
A alegria maior foi chegar em casa e contar para meus filhos, Yan de 14 anos e Ethieny de 9 anos, que eu seria recepcionista! Quero dar muito orgulho para eles.
Quais são seus sonhos para o futuro?
Hoje eu almejo coisas grandes do futuro!
Fui desafiada pela mesma amiga que me ajudou a estudar nas horas de almoço a escrever uma carta contando o que espero do futuro. Levei quase duas semanas pensando e me dei conta de que não esperava nada. Quando a instituição me convidou para ser recepcionista me senti motivada a acreditar mais em mim. A partir daí consegui escrever a carta, voltei a estudar e estou pensando em fazer faculdade de psicologia ou de assistência social.
Quero também dar para os meus filhos a oportunidade que não tive na idade deles. A oportunidade de caminhar cada etapa da vida na hora certa e de olhar para trás e ver que fui eu que consegui proporcionar isto para eles.
O que o CIEDS representa para você?
Sabe a ponte Rio-Niterói? É uma estrutura surreal, grande e forte, construída sobre a água que liga dois pontos diferentes. O CIEDS é esta ponte para mim. Que me liga à educação, à prosperidade e a um futuro promissor. É o lugar que me motiva a buscar o melhor para mim e para meus filhos.