Um espaço para que escritores independentes possam lançar ou relançar suas obras autorais e também para que possam interagir entre si e criar uma rede nesse mundo, esse é o Lugar da Escrita, projeto da jovem Priscila Teixeira Cruz da Silva, monitora do Centro Cultural São Paulo (CCSP). O projeto, que começou no dia 10 de junho, surgiu de uma interação que a jovem teve com uma das escritoras que agora faz parte do Lugar da Escrita, Carol Cara, que acabara de lançar um livro.
“O projeto nasceu de diálogos entre as prateleiras da biblioteca” narrou Priscila, “no início foi apenas uma conversa, mas foi tomando uma proporção que eu nunca imaginei”. Nessa conversa, falando sobre as dificuldades de ser um/a escritor/a contemporâneo/a, a jovem percebeu que tinha que fazer algo para possibilitar que esses/as autores/as independentes pudessem estar presentes nas bibliotecas.
Após lapidar a ideia em sua cabeça, Priscila acreditava que era só postar nas redes e fazer a atividade, mas depois de falar com sua gestora, a jovem foi encorajada a apresentar o Lugar da Escrita à diretora do CCSP. “Um dos frios na barriga que eu mais senti foi em um dia que eu estava com uma lista de nomes para o projeto na cabeça” Priscila conta o que aconteceu naquele dia, “Saí perguntando para Deus e o mundo e pedindo para votarem em qual nome preferiam. Logo mais minha gestora me disse para ir perguntar pra Érika, a diretora do CCSP, e eu fui muito nervosa, quase tremendo”. Ao falar com Érika Palomino, a jovem descobriu que ela havia amado seu projeto e foi incentivada a apresentá-lo na reunião de curadoria. “Nisso a Érika abraçou ele e abriu várias das portas, sou muito grata a ela”, ao falar dele, Priscila se refere ao Lugar da Escrita, que além de apoiado, foi batizado pela diretora do centro cultural.
Depois desse encontro, o projeto cresceu, deixando-a muito emocionada. Na reunião de curadoria, contaram-lhe que o Lugar da Escrita iria precisar de um edital. A jovem decidiu passar um fim de semana redigindo esse documento, sobre o qual não havia pensado muito ao criar o projeto, mas ela tinha certeza do significado que queria que o projeto tivesse para os/as escritores/as e iria refletir isso no seu edital. “Eu esperava que o projeto fosse como água fresca, carinho e descanso para escritores cansados” logo após, Priscila resume: “um lugar de aconchego para eles”.
Serão quinze autores, com até três livros publicados, que farão parte dos encontros do “Lugar da Escrita” que Priscila organizou, um número que possibilitará que a jovem os conheça mais profundamente. “Eu quero muito ouvir todo mundo, por isso limitamos o número de vagas, ao invés de fazer uma live ou outro tipo de conteúdo” diz a jovem monitora cultural, reforçando a importância que o projeto tem para ela mesma. Mesmo com um número reduzido, Priscila intenciona envolver escritores/as que venham de vários lugares, disponibilizando essa plataforma como uma forma de apoiar suas escritas, especialmente vindos/as da periferia. Com isto, possibilitar uma fonte para muitos trabalhos “de arrepiar”.
Originalmente planejado para acontecer presencialmente, o Lugar da Escrita irá acontecer completamente online, devido ao isolamento social. Mesmo nessas condições, Priscila sentia que o projeto ainda era muito necessário, inclusive para ela mesma: “É o que motiva a minha produção cultural, o que me move, tem muito de mim nesse projeto”. A jovem quer que o projeto seja recebido pelo público de braços abertos, que estejam preparados/as para darem boas-vindas a esses/as autores/as, para que eles/as consigam seu espaço nas prateleiras de muitas bibliotecas. Ela finaliza destacando o que mais a motiva e impacta com o Lugar da Escrita: “Quero que seja um projeto que abra a cabeça das pessoas para os milhares de mundos que a escrita pode criar”.
Conheça, nesses links, mais do projeto Lugar da Escrita!