Em comemoração ao Dia das Crianças, o Quinteto Villa Lobos, grupo formado por músicos instrumentistas que exercem atividades de solistas no Brasil e no exterior, se apresentou na quarta feira, 10, para os estudantes do CIEP Willy Brandt, localizado na comunidade do Jacaré, zona norte do Rio de Janeiro. A atividade se deu por meio de uma articulação entre o Projeto Bairro Educador e a Agência de Projetos Culturais Baluarte. O grupo trabalha com os estudantes a música clássica de uma forma lúdica e realiza “concertos didáticos” em uma média de 60 escolas por ano, no estado do Rio.
O Quinteto Villa Lobos, composto pelos músicos Rubem Schuenck (flauta), Luis Carlos Justi (oboé), Aloysio Fagerlande (fagote), Paulo Sergio Santos (clarinete) e Philip Doyle (trompa), completa meio século de história este ano. Para Aloysio Fagerlande, músico e coordenador artístico do Quinteto, o grupo tem como missão resgatar a importância das aulas de música no currículo escolar.
“Nosso objetivo é mostrar para estes alunos outros gêneros musicais, diferente do que a maioria está acostumada a ouvir, como por exemplo, o funk e o pagode. É importante que a escola priorize o ensino da música nas salas de aula, pois além de trabalhar o emocional, estimula positivamente o convívio social, proporcionando assim um exercício de diálogo entre os alunos”, disse o músico.
O Quinteto Villa Lobos mostrou para os estudantes a origem e funções dos instrumentos musicais, tocaram canções da Música Popular Brasileira (MPB), ressaltando a cultura folclórica, e contaram a história de músicos e compositores renomados da história da música clássica.
Em agosto de 2008 foi sancionada a lei nº 11.769 que torna obrigatório o ensino de música na grade curricular das escolas de nível fundamental e médio. De acordo com a diretora adjunta, Solange de Sousa, a iniciativa do Bairro Educador em levar o Quinteto para se apresentar na escola a estimulou a resgatar o projeto de música do CIEP.
“Pensamos em colocar um projeto de música em prática novamente na escola, e vendo a reação dos alunos ao ouvirem a música clássica isso me estimulou mais ainda a continuar com essa ideia. Este tipo de ação amplia a visão do aluno perante o mundo e faz com que eles se interessem por estilos musicais que não fazem parte da realidade deles, contribuindo assim para a disseminação da cultura do país”, ressaltou Solange.
Segundo o estudante do 6º ano, Thiago Sampaio, ele nunca teve a oportunidade de assistir a uma apresentação de concerto ao vivo e ressaltou que conheceu a música clássica através do pai.
“A primeira melodia que aprendi a tocar no teclado foi a 1ª sinfonia de Beethoven. Sempre me interessei pela música clássica, pois me proporciona uma viagem ao passado. Gostaria que voltássemos a ter aulas de música aqui na escola, mas com maior quantidade de aulas práticas, e não só teóricas”, afirmou o estudante.