Como surgiu o terceiro setor e qual o cenário atual e suas perspectivas? Estes foram alguns dos assuntos discutidos no workshop sobre O Terceiro Setor, que foi realizado ontem, no GRAACC, pelo Lideranças Comunitárias – São Paulo/2014, projeto da SulAmérica Seguros, Previdência e Investimento executado pelo CIEDS, que tem como objetivo fortalecer lideranças locais e organizações sociais, por meio de workshops e assessoria técnica, para o desenvolvimento institucional sustentável.
O Supervisor Técnico do CIEDS, Eduardo Bustamante, iniciou o encontro apresentando um panorama do cenário de surgimento do terceiro setor, trajetória histórica e como o mesmo vem aos poucos se profissionalizando, além de apontar a relação das instituições com o governo e as empresas privadas. “No terceiro setor também precisamos trabalhar com planejamento estratégico, monitoramento e avaliações que apresentem resultados. As organizações contrárias a isto estão sucumbindo”, apontou Bustamante. O terceiro setor vem crescendo a cada dia. Segundo pesquisa das FASFIL – Fundações Privadas e Organizações Sem Fins Lucrativos no Brasil, 5,5% dos trabalhadores registrados no Brasil atuam em organizações sociais, e estes recebem, em média, 4,5 salários mínimos mensais, ultrapassando a média mensal dos assalariados das empresas em geral, que recebem em média de 4,3 salários.
Participam do Lideranças Comunitárias organizações de grande e pequeno porte, como a Associação de Moradores da Favela Cachoeira, representada na ocasião pela senhora Alveci. “Na favela Cachoeira não tínhamos água, luz, esgoto e nem escola. Conseguimos tudo isso, mas até hoje não temos nenhum apoio do governo”, afirmou a senhora Alveci, que busca no grupo uma formação para poder estruturar melhor seu trabalho na comunidade e buscar parceiros. Além da Associação de Moradores da Favela Cachoeira e do GRAACC, participaram do encontro a Associação Criança Brasil, Associação Comunitária Vila Clara em Ação, Programa Horas da Vida, Instituto Dom Bosco, Associação das Mães Peregrinas, Instituto Sou da Paz, assim como a SulAmérica e o CIEDS.
Pensando em como as instituições apresentam seus projetos, foi realizada a dinâmica “Elevator Pitch”, onde cada pessoa teria até dois minutos para apresentar sua organização a um possível financiador. “Está dinâmica serve pra que as organizações pensem em maneiras de apresentar suas ideias de forma sintética, como ser ouvida por um possível financiador, e serem objetivas naquilo que elas buscam”, contou Bustamante.
Nó próximo encontro, que será realizado no final do mês de junho, o projeto realizará o workshop sobre planejamento estratégico. Estão previstos ainda workshops sobre Instrumentos de Gestão, Elaboração de Projeto e Captação de Recursos. As organizações participantes também contarão com assessoria para elaboração de um plano de desenvolvimento institucional, plano de sustentabilidade e captação de recursos.