Hoje, sabemos que empresas, instituições públicas e da sociedade civil enfrentam desafios que vão além das questões relativas à suas operações. Esse desafio é ainda maior quando falamos das empresas do setor de mineração. Entre os principais riscos para a continuidade das operações está a Licença Social para Operar (LSO). Um estudo realizado pela Ernst & Young (2022) destacou que 44% das mineradoras globais identificaram a LSO como o maior risco para seus negócios.
O conceito de Licença Social para Operar se fundamenta na ideia de que qualquer empreendimento necessita da aprovação contínua da sociedade para suas atividades. Ao longo do desenvolvimento das operações da empresa, a sociedade pode decidir apoiar ou não essas atividades.
A ausência ou até mesmo a fragilização da LSO, além de representar um relacionamento com as comunidades que não é baseado em uma relação de cooperatividade, pode resultar em protestos, bloqueios, paralizações e slow-ups frequentes, campanhas contra a mineração que causam danos à marca e até mesmo na retirada de permissões governamentais, o que pode comprometer a operação de grandes empreendimentos.
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Quais são os 5 principais fatores que influenciam a Licença Social para Operar?
De acordo com diversos estudiosos, a LSO, essencial para a operação sustentável de empresas mineradoras, depende diretamente de como essas empresas interagem com as comunidades onde atuam. Existem vários fatores que podem influenciar essa licença, afetando tanto a reputação quanto a continuidade das operações.
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1. Reputação Corporativa: manter uma imagem positiva perante a comunidade é fundamental. Empresas que investem em boas práticas ambientais e sociais são mais propensas a ganhar o apoio necessário para suas atividades.
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2. Cultura e Vocação Local: compreender e respeitar a cultura das comunidades locais é vital para evitar conflitos. Empresas que integram a vocação local em suas estratégias têm maiores chances de construir relações de longo prazo com essas comunidades.
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3. Comunicação Aberta: manter uma comunicação clara e constante com todos os stakeholders é um dos pilares para garantir o engajamento. A falta de diálogo transparente pode resultar em desconfiança e rejeição.
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4. Participação Comunitária: a inclusão das comunidades nos processos de tomada de decisão fortalece a confiança mútua e gera um sentimento de pertencimento fundamental para a obtenção e manutenção da LSO.
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5. Impactos Ambientais e Infraestrutura: a percepção das comunidades sobre os impactos ambientais e sobre a infraestrutura local é uma das principais determinantes da aceitação de um empreendimento. Empresas que se dedicam a mitigar os impactos negativos têm maior probabilidade de garantir a LSO de forma sustentável.
Como o CIEDS pode apoiar a obtenção e o fortalecimento da Licença Social para Operar?
O CIEDS atua diretamente em grandes projetos de implantação de infraestruturas, elaborando e implementando estratégias sociais para mitigar impactos negativos e maximizar os impactos positivos em processos de implantação e operação.
Através de uma estratégia de Relacionamento com Comunidades, nossa atuação cria um canal dialógico e transparente que gera engajamento comunitário e novas oportunidades. Segundo relatório da Harvard Kennedy School (2016), os custos de conflitos entre empresas e comunidades pela falta de uma comunicação transparente podem chegar a US$ 20 milhões por semana em atrasos operacionais.
Entre as ações que realizamos, destaco:
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• Desenvolvimento de diagnósticos e relatórios socioambientais;
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• Criação de estratégias e indicadores ESG para promover práticas sustentáveis;
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• Execução de ações e projetos de educação ambiental, tanto para comunidades (PEA), quanto para trabalhadores (PEAT);
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• Envolvimento das comunidades nos processos decisórios, através do trabalho constante e contínuo de Relacionamento com Comunidades.
O CIEDS acredita que comunidades fortes garantem empreendimentos sustentáveis. Por isso, atuamos há 26 anos com diversas causas e públicos para o enfrentamento à pobreza, criando soluções que fortalecem territórios através da conexão entre empresas, governos, organizações e pessoas.