Autor de mais de 60 livros nas áreas de teologia, ecologia, espiritualidade, filosofia, antropologia e mística, o teólogo e professor Leonardo Boff, participou, na terça feira, 11, no Sesc Copacabana, no Rio de Janeiro, do Diálogos Sociais. Reflexão coletiva promovida pelo CIEDS em parceria com o Sesc, o “Diálogos” abordou o tema “Rio+21: um ano depois, e aí?”, onde Boff também debateu com os dialogadores os princípios da ecologia ambiental.
O “Diálogos Sociais” teve como proposta reunir representantes de organizações terceiro setor, governo, empresas privadas e sociedade civil para debater sobre o que seria feito em relação ao desenvolvimento sustentável após 2015, ano em que as metas em discussão da Rio+20 completam sua trajetória.
Boff apontou que o governo deve se unir às empresas para que juntos traçarem estratégias para estabilizar as condições ambientais, evitando a escassez dos recursos naturais, através de tecnologias modernas e menos poluentes.
“É preciso fazer uma aliança global para cuidarmos uns dos outros, e também da Terra, utilizando a tecnologia a favor do meio ambiente e da humanidade. Devemos ter outro tipo de civilização que não explore demasiadamente a Terra, contribuindo para a qualidade de vida da sociedade e combatendo a poluição”, disse Boff.
De acordo com dados da ONU, dos 24 elementos fundamentais para a reprodução das espécies, 15 estão em alto grau de degradação. Além disso, a ONU também destaca que 17 milhões de crianças morrem por ano, devido a poluição das águas. Já a comunidade científica norte americana avaliou que no ano de 2008 houve um grande índice de entrada de metano na atomosfera, gás considerado 23 vezes mais agressivo que o dióxido de carbono.
Todos esses temas devem ser interesse de todos, pois se referem ao futuro da vida no planeta. Para Boff, a ecologia se transformou em um tema político, e é a partir dela que se contrói o futuro da Terra e da humanidade.
“Produzir conscientemente com respeito à natureza, reciclar o que já usamos, rearborizar e reduzir o consumo de água e de energia são algumas das alternativas que devemos seguir, tendo sempre uma ótica que gere uma nova ética”, concluiu Boff.