Na bacia do Rio Doce, pessoas, organizações sociais e coletivos constroem a recuperação do território. Desde 2019, com o objetivo de fomentar e apoiar iniciativas sociais nas regiões atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão, no Espírito Santo e em Minas Gerais, o Edital Doce apoia projetos nas áreas de cultura, turismo, esporte e lazer.
O CIEDS é o gerenciador do Edital Doce desde sua segunda edição, em 2022. Seu papel é orientar, acompanhar e monitorar a execução dos projetos aprovados, em consonância com o compromisso de promover uma gestão orientada à reparação dos impactos do rompimento da barragem de Fundão.
São mais de 249 projetos de pessoas físicas e jurídicas, com ou sem fins lucrativos, e coletivos informais que, por meio de suas propostas, promovem a inclusão social, preservação cultural e desenvolvimento econômico das comunidades impactadas. São artistas, educadores, empreendedores sociais e líderes comunitários. Conheça alguns deles:
Mônica Elias Gomes, é natural de Mariana, assim como seu pai, com raízes profundas nas comunidades locais. Sua avó vem de Gesteira (Barra Longa) e sua mãe de Acaiaca, o que a conecta intimamente com as histórias e tradições dessas regiões. Crescendo em um ambiente onde as atividades de mineração sempre foram marcantes, Mônica relata no escopo do seu projeto, contemplado na 2ª edição do Edital Doce, que sente um forte chamado para contribuir com o reflorestamento cultural de sua terra natal. Para ela, é uma missão pessoal trazer suas habilidades e experiências profissionais para apoiar suas comunidades locais a se regenerarem e crescerem juntas. Com essa motivação profunda, através do projeto foi criado e divulgado o livro "Mariana, o livro dos minerais", com objetivo de preservar e difundir a memória e cultura.
Bruna Carolina Voltolini Queiroz Mendes, residente de Ipatinga e membro ativo do Centro Comunitário do Bom Jardim, é a mente por trás do projeto “CUMBUCA - Renovando-se na lama”. Com sua visão pragmática e profundo conhecimento das necessidades locais, Bruna lidera uma iniciativa que não apenas promove a expressão artística, mas também gera resultados mensuráveis. Ao longo de 12 meses, o projeto oferecerá não só aulas sobre a produção de cerâmica; mas uma imersão em técnicas, história e empreendedorismo. O impacto é direto: fornecer habilidades tangíveis para os participantes e impulsionar o desenvolvimento econômico local através da venda das obras produzidas. Este não é apenas um projeto artístico; é um catalisador para a renovação e o crescimento sustentável da comunidade.
Já a Associação Marianense de Corredores apresenta o projeto "Pernas e Coração na Correria", uma iniciativa voltada para a promoção e incentivo da prática da corrida de rua na cidade de Mariana e região. O projeto se concentra na realização da segunda edição da "Corrida da Virada", possuindo como principal objetivo promover a qualidade de vida e estimular futuros corredores na localidade. Ao longo dos anos, os membros da organização relatam observar um crescimento significativo na participação de corridas de rua em Mariana, impulsionado por diversos motivos, incluindo o desejo de uma vida saudável, integração social e busca por atividades prazerosas e competitivas. Para alcançar esse objetivo, a equipe se empenhou ativamente na comunidade esportiva e local. Além da participação de 200 atletas, foi estabelecido parcerias para em colaboração não só enriquecer a experiência dos participantes, mas também gerar oportunidades econômicas, criando mais de 10 postos de trabalho temporários. O projeto reflete o sentimento de acreditar que a prática da corrida de rua não apenas promove a saúde física, mas também fortalece os laços comunitários e estimula o desenvolvimento pessoal e social.