Fomos um grupo de 1.400 empreendedores cívicos, vindos de mais de 100 países, reunidos em Oxford, na Inglaterra, para o 20º Fórum Skoll (Skoll World Forum da Skoll Foundation). Neste artigo, compartilho um pouco sobre como foi a minha experiência ao participar presencialmente do evento e o que podemos levar de lição para nossa atuação no tecido social brasileiro.
Muito se fala aqui sobre como juntos podemos promover as mudanças que o mundo precisa para ser mais democrático, equitativo e acima de tudo, mais justo e saudável, em especial para os mais pobres. Há desafios gigantes para todos nós, diante dos também gigantes problemas do mundo contemporâneo e pós-pandêmico.
ONGs, fundações, governos e empresas: quem deve fazer o que nesse cenário? Há toda uma série de discussões sobre o novo e o maior papel que as grandes corporações devem assumir, já que são estas as grandes consumidoras dos recursos naturais cada vez mais escassos e as grandes modeladoras dos padrões de consumo mundial.
Como serão os próximos vinte anos num mundo cada vez mais desigual e apartado?
Como construir um mundo melhor com a tecnologia que chegou para ficar? Como criar novas formas de comunicação e produção? Qual o destino dos milhões de excluídos dessa onda que cria novas formas de trabalho, mas, por sua vez, requer novas habilidades?
Se quisermos resolver a crise urgente das mudanças climáticas, por exemplo, teremos que resolver junto a crise da democracia, disse ontem o ex-vice-presidente americano Al Gore, em um dos painéis que tive a oportunidade de assistir durante o fórum.
Atuação intersetorial e mudança sistêmica são os temas mais falados na conferência. No CIEDS, atuamos há 25 anos com frentes em várias áreas temáticas de forma simultânea, para promover soluções sociais que gerem mais renda, mais saúde, melhor educação e maior confiança no futuro. Acreditamos que, se quisermos promover mudanças, temos que atuar de forma multidisciplinar e com o conceito de colaboração e de impacto coletivo. Percebo que essa é uma discussão bastante presente aqui no 20º Fórum Skoll.
Reunidos em Oxford, também tivemos a oportunidade de conhecer experiências dos quatro cantos do mundo. São organizações sociais e empresas que estão fazendo a diferença e servem como uma inspiração para o nosso trabalho futuro. Ainda contribuem para a nossa atuação como líderes cívicos globais empenhados e dedicados à promoção da prosperidade e à construção de redes.
O CIEDS, organização da sociedade civil da qual sou fundador e diretor-presidente, atua justamente nessa promoção de redes para a prosperidade. Acreditamos que cada pessoa possui os saberes e os potenciais para mudar suas vidas e comunidades, desde que sejam garantidas as oportunidades. Desde 1998, já alcançamos resultados expressivos, que mudaram e seguem mudando a vida de milhares de pessoas, ao lado de parceiros estratégicos comprometidos com um Brasil melhor para todos.
Assuntos assim fluem entre discussões e cafés. No fim das sessões, fica o aprendizado e a certeza de que ainda temos muito a fazer. E a melhor forma é fazer junto. As redes locais de organizações sociais e de instituições públicas e privadas são as verdadeiras apostas para promover a mudança esperada, fortalecer a democracia e criar novas oportunidades.
Agradeço especialmente a Luana Génot, do ID_BR - Instituto Identidades do Brasil; Luiza Serpa, do Instituto Phi; Rodrigo "Kiko" Afonso, do Ação da Cidadania; Raphael Mayer, do Simbi; e Joana Carneiro Compagnoni, da Good Pitch Brasil, com quem tive trocas inspiradoras.
Gente junto é agente!