O Vôlei Sentado de Praia, projeto idealizado por Shelda Bede e coordenado por Débora Morand, com o apoio do Banco Cruzeiro do Sul, continua oferecendo vagas gratuitas para as aulas na Praia do Flamengo. As aulas são para pessoas portadoras de deficiência e ocorrem as terça, quintas e sábados.
Dentre os alunos do Vôlei Sentado de Praia, destacamos uma em especial, a Solange Barradas do Nascimento que além da deficiência física, também é portadora de esquizofrenia. A aluna frequenta a escola todos os dias e, numa tentativa de proporcionar novas oportunidades de inclusão, seus pais foram convidados e estão fazendo as aulas com a filha.
Solange estava com seus pais, Ieda Barradas do Nascimento e José Dias do Nascimento, participando do Bloco “Senta que eu Empurro”, no carnaval deste ano, quando conheceu Débora Morand, coordenadora do Projeto “Vôlei Sentado de Praia”. Durante a conversa, Solange se interessou pelo projeto, mas apenas dois meses depois, Ieda retomou o contato com Débora para matricular a filha nas aulas de vôlei.
Solange começou a praticar o vôlei com uma tia, também deficiente, e o convite para Ieda e José participarem das aulas veio pela própria Débora que enxergou uma oportunidade de promover a inclusão e a integração da família durante a prática do esporte.
Hoje, os três freqüentam as aulas as terças e aos sábados e garantem que a atividade aumentou a qualidade de vida da família toda. Segundo Débora, a desenvoltura de deles já melhorou muito desde que começaram a freqüentar as aulas.
Para José, vale a pena sair de Caxias e enfrentar o trânsito para participar do projeto. Desde que Solange sofreu o acidente, toda a família enfrentou um período difícil de readaptação. Ieda afirma que a escolinha de vôlei abriu um novo caminho e é mais uma terapia para ajudar a filha nesse processo. Solange, por sua vez, também comenta sobre a melhoria da postura e disposição física do pai desde que ele começou a praticar o vôlei sentado, além de constatar que a atividade também está sendo uma boa terapia para os pais.
“Desde que eu comecei o vôlei, conheci pessoas muito bacanas, pessoas que, independente da deficiência, vão a luta e agora eu quero ir a luta também. Não quero mais desistir” – afirma Solange.
Além da Solange, outros dois amigos freqüentam as aulas aos sábados – José Eduardo Soares de Azevedo e Adalberto Maia da Silva Filho. Adalberto ficou sabendo do projeto através de um anúncio em um quiosque e convidou o amigo para fazerem as aulas juntos.
“Quando não tem aula a gente acha ruim. Gosto muito das aulas, deixei de ser sedentário e tenho um ânimo bem maior. Deixo até de sair à noite para um barzinho, para dormir cedo e ir a aula no dia seguinte” – afirma Adalberto.
“No início eu fiquei com preguiça de acordar cedo no sábado de manhã para vir a aula. O Adalberto me pediu para eu vir com ele, pelo menos um sábado, para conhecer a aula. Ele dizia quem experimenta não quer largar mais e é verdade” – comenta José Eduardo.
Além de fazer as aulas aos sábados pela manhã, os dois amigos costumam voltar na parte da tarde para a praia para jogar um pouco mais de vôlei.
Para se inscrever nas aulas, entre em contato através do site: www.voleisentadodepraia.com.