Para o CIEDS, sem as juventudes não há o caminhar. São elas quem traçam o destino e dizem o caminho que vamos seguir. Vivemos a maior geração de jovens da história do país. Segundo o Atlas das Juventudes, são mais de 50 milhões de pessoas entre 15 e 29 anos vivendo no Brasil. E a pandemia intensificou dados preocupantes em relação às juventudes mais vulneráveis, em especial em temáticas como educação, geração de renda e saúde mental.
A partir do preocupante cenário, definimos, institucionalmente, que 2021 seria o ano das juventudes no CIEDS. E, olhando para trás, temos muito a celebrar.
Antes mesmo da virada do ano retomamos a atuação do grupo de trabalho de juventudes com as nossas equipes e lançamos, internamente, a narrativa juventudes, que serve como um bilhete de cabeceira para nós mesmos. Que reforça nosso compromisso diário com as juventudes. E essa narrativa pautou diversas conquistas.
Tivemos sinergia e incidência em políticas públicas para as juventudes. Além de uma participação ativa no Conselho Nacional da Juventude, ocupando a vice-presidência da Comissão Especial de Inclusão Produtiva e coordenando o lançamento do Pacote de Medidas Para Inclusão Produtiva de Jovens no Brasil, também fomos eleitos para o Conselho Municipal dos Direitos da Juventude da cidade de São Paulo. Inclusive, formalizamos parceria para a construção do plano municipal com propostas para este público.
Desenvolvemos ainda diversas iniciativas multisetoriais com e para as juventudes, como o Engaja, em São Paulo, em parceria com UNICEF e Saint Gobain, que promoveu tantas transformações na cidade, em um processo conduzido por meio da educação entre pares e fomentando transformações nos territórios lideradas pelos próprios jovens, que ganhou uma segunda edição em parceria com o GOYN (Global Opportunity Youth Network), que pretende ao longo de 10 anos impactar a vida de 100 mil jovens na cidade.
Com o Ativa 027 (com foco em meninas negras, sobretudo mães, lactantes e gestantes), no Espírito Santo, fizemos um mergulho no Estatuto da Juventude e as e os jovens participantes criaram e apresentaram propostas efetivas para o poder público. A iniciativa ainda inspirou o CIEDS a ampliar a atuação no estado e em 2022 faremos a gestão do Centro de Referência da Juventude de Cariacica, que estará de portas abertas para as juventudes seguirem sendo protagonistas das transformações no território.
No Rio de Janeiro, também temos novidades para o próximo ano. Inspirados na gestão realizada no Programa Jovem Monitor/a Cultural, política pública executada pelo CIEDS há cinco anos em São Paulo, propusemos ao poder público do Rio de Janeiro a Criação do Lab Juv Rio, iniciativa que realizaremos e que pretende contribuir para que as juventudes acessem e se engajem em espaços de trocas e de debates sociopolíticos para construção de políticas e projetos inovadores, participativos e geradores de impactos positivos para as juventudes da cidade.
Outro marco importantíssimo foi a expansão do Coletivo Aprendiz (programa de aprendizagem articulado pelo CIEDS e uma rede de parceiros que inclui jovens, familiares, formadores, voluntários e empresas parceiras), que durante a pandemia não só inovou em seu processo formativo com as juventudes, como também estabeleceu importantes parcerias que permitiram a inserção de centenas de jovens no mercado de trabalho e iniciou a sua expansão para novos estados. Agora, além de atender as juventudes do Rio de Janeiro, também chegamos para promover a inclusão produtiva de jovens nos estados de São Paulo e Espírito Santo.
Para além da atuação nos conselhos, das conquistas promovidas por cada iniciativa e da expansão para diferentes territórios, em 2021 também celebramos com as juventudes. Em Agosto, no Dia Internacional da Juventude, realizamos o Ocupa CIEDS, evento online que celebrou as conquistas no campo dos direitos e das diversidades, as redes e ações, abrindo espaço para que as juventudes pudessem compartilhar suas trajetórias e produções.
Para nós, a confiança no futuro passa, necessariamente, pela confiança nas juventudes. Acreditamos no protagonismo juvenil como ferramenta para mudança social. Por isso, para nós, atuar para e com as juventudes é movimentar o presente em direção ao futuro. É fazer hoje a mudança que se deseja para amanhã. E em 2022 vamos seguir atuando para e com as juventudes.
Por Rafael Biazão, Coordenador de Relacionamento e Gestão de Comunidades e representante do CIEDS no Conselho Nacional da Juventude