Leonardo José Diretor de Programas e Projetos
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Investir em Justiça Climática é Investir no Futuro do Brasil: 3 estratégias para Ações Efetivas

Artigo
26 março 2025
Investir em Justiça Climática é Investir no Futuro do Brasil: 3 estratégias para Ações Efetivas

À medida que nos aproximamos da COP30 no Brasil, está cada vez mais em pauta como países emergentes estão sofrendo os impactos da crise climática na prática.

Os dados confirmam o que vejo diariamente: comunidades vulneráveis já enfrentam os efeitos da crise com enchentes que agravam a pobreza, secas que ameaçam a segurança alimentar e territórios onde a desigualdade social determina quem sofre primeiro.

Esses cenários revelam a urgência de trabalhar pela justiça climática: a crise ambiental está afetando majoritariamente os mais pobres, potencializando a crise de desigualdade que vivemos.

Em 2024, o CIEDS:

  • • contou com a participação de 5.277 lideranças comunitárias em ações de educação ambiental;

  • • e mobilizou 17.491 estudantes para o enfrentamento das questões socioambientais de seus territórios.

Fazemos isso porque sabemos que enfrentar a emergência climática exige transformar as estruturas que deixam os mais pobres em situação de risco.

Acreditamos que ações de combate às mudanças climáticas podem – e devem – ser também ferramentas de redução de desigualdades. E, mais importante: todos os atores da sociedade devem fazer parte dessa transformação, incluindo empresas, governos e investidores sociais.

Por Que a Crise Climática Aprofunda Desigualdades?

Embora os impactos das mudanças climáticas afetem a todos, seus efeitos são profundamente desiguais.

As comunidades mais abastadas dispõem de recursos para adaptação, enquanto populações vulneráveis enfrentam desafios para proteger seus meios de subsistência, saúde e acesso à educação.

A crise climática aumenta a desigualdade em um ciclo vicioso: quem já é pobre gasta mais dinheiro se recuperando de enchentes e secas, enquanto os ricos investem em proteção para seus negócios e propriedades.

Sem ajuda para se preparar, os pobres ficam ainda mais vulneráveis - é o que especialistas chamam de "armadilha da pobreza climática”.

  • • Segundo a ONU (2022), 80% das pessoas deslocadas por desastres climáticos pertencem a grupos vulneráveis;

  • • Segundo o Banco Mundial (2022), os mais pobres chegam a gastar 30% da renda na recuperação de desastres climáticos – enquanto os mais ricos investem em prevenção;

  • • De acordo com um estudo do UNICEF em parceria com o Ministério da Educação (2023), crianças em comunidades vulneráveis têm 5 vezes mais probabilidade de evasão escolar após desastres ambientais – como nas enchentes que atingiram o Nordeste em 2023, onde mais de 1.200 escolas foram afetadas.

Ao trazer protagonismo para lideranças locais e estudantes, por exemplo, o CIEDS coloca esforços justamente nos locais onde precisa estar o investimento para garantirmos uma transição climática justa.

Já que os recursos não chegam diretamente aos territórios, essas ações valorizam os saberes de quem vive nas comunidades para co-criar soluções sociais que minimizem os efeitos das alterações climáticas para os mais vulneráveis.

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LEIA MAIS:

• Pobreza e Meio Ambiente: pobres são mais afetados por colapso ambiental

• O que o agravamento da crise climática tem a ver com desigualdade e pobreza?

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Justiça Climática na Prática: 3 Propostas para uma Ação Efetiva

Diante deste cenário, enfrentar as mudanças climáticas demanda iniciativas que considerem dois pilares indissociáveis: urgência ambiental e equidade social.

A partir da experiência do CIEDS, apresento três dimensões estratégicas essenciais para intervenções efetivas:

1. Trazer os mais pobres para o centro da Agenda Climática

Tornando a agenda ambiental transversal a todas as ações de impacto social, de geração de renda a bem-estar, passando pela garantia de direitos fundamentais.

2. Construir Consciência Crítica e Diálogo

Investindo em educação ambiental com metodologias participativas para comunidades e tornando inclusivos os processos decisórios, com escuta ativa nos territórios e co-criação de soluções para problemas locais, a partir de métodos sustentáveis.

3. Fomentar Articulação Multissetorial

Construindo redes entre empresas, governos e comunidades para ações de impacto social positivo. Soluções isoladas não resolvem crises sistêmicas – portanto, é imprescindível uma articulação que fortaleça ou incida em políticas públicas. 

Se sua empresa ou organização busca:

  • • Projetos ESG com impacto social mensurável;

  • • Parcerias para implementação de ações de impacto social positivo;

  • • Soluções que unem meio ambiente e redução de desigualdades;

Nós podemos construir juntos.

Conheça mais das nossas soluções sociais.